DESPERTANDO O INTERESSE
PELO MUNDO INTERNO
A maioria dos homens passa
a vida sem perceber, e muitas vezes sem ao menos se perguntar sobre o motivo
real de sua presença na Terra. Prende-se à superficialidade do cotidiano e
deixa de enxergar os valores da existência. Essa ignorância, além de
constituir-se numa hibernação para a chispa de luz oculta no âmago do ser,
impede que os fluidos vitais e as correntes energéticas oriundas de núcleos
profundos circulem livremente.
Mas quando surge no
indivíduo o interesse por assuntos de caráter evolutivo, e ele atende esta convocação, ele se torna capaz de
desenvolver uma serena disposição de escutar o próprio interior. Sem
expectativas, pode criar na própria consciência um ambiente receptivo,
permitindo o início de um processo em que passa a ser instruído internamente
(pelo conhecimento direto).
Com o desenvolvimento da
consciência, o mecanismo de contato interior passa por transformações. O modo
como a energia do íntimo chega à consciência vai mudando à medida que o ser
avança e se eleva pela experimentação. Todas as suas vivências devem ser
tomadas por ele como degraus para estados de consciência mais altos. Isso é
possível sempre que há pureza de aspiração e de intenção, já que tal pureza
evita a perpetuação de experiências que pedem compensações.
Mas afinal, como penetrar
nessa senda?
Pelo coração chega-se a um
estado de saber sem pensar, deduzir, analisar. Tal sabedoria é fruto da união
que o coração tece, aproximando da essência do tudo o que existe. Mas o coração
age em silêncio, e só tem permissão para fazê-lo, quando do ser se irradia uma
sincera aspiração por uma existência regida pelo amor impessoal.
Este amor impessoal é
universal, interdependente, diz respeito não só à relação entre os seres humanos,
mas à relação entre todos os reinos, animal, vegetal, mineral.
O coração é a sede da
unidade. Não é como a mente, que procura sinais, confirmações. O coração conhece
a linguagem da Natureza, e leva em conta o fato dela ensinar com o exemplo e de
suas leis serem adequadas para os caminhos visíveis.
Quando o ardor do coração
se intensifica, dissipando véus, desfazendo fronteiras, facultando ao ser vislumbrar
o portal da imortalidade, ai os caminhos abstratos são descobertos.
Para a vida ardente
aprisionada no interior dos homens aflorar é preciso apenas existir neles uma nesga
de abertura, a partir da qual os dons que favorecem os contatos com a
existência supranatural desabrocham espontaneamente. Entre esses dons pode
surgir a capacidade de ter visões internas.
Uma ferramenta importante
neste processo de libertação, mas em geral relegada a segundo plano, é a
obediência. No passado, quando se aderia ao caminho evolutivo, tinha-se a
possibilidade de estar fisicamente próximo a alguém de elevado desenvolvimento,
a quem se podia prestar conscienciosa obediência. Desse modo, com maior
segurança o egotismo era transcendido. Mas, na presente fase, raros são os
casos em que se pode estar, no plano físico, junto de um ser liberto das leis
materiais em sua consciência-visão.
E de fato, hoje, o grande
trabalho é a própria síntese que cada um é convocado a realizar no íntimo de si
mesmo. Será, pois, na luz desses níveis internos, que o discípulo encontrará o
Instrutor a quem espontaneamente seguir. Por isso, mais do que nunca é
necessário equilíbrio: ao mesmo tempo que toda a orientação segura provém do
interior e se deve prestar total obediência à fonte interna de sabedoria, o
indivíduo precisa estar suficientemente desapegado de si e de suas percepções
para distinguir o falso do verdadeiro, pois mesmo um impulso interno genuíno
pode ser desvirtuado por tendências subconscientes. À obediência devem estar
aliados, portanto, a entrega à realidade transcendente, o desapego e o
discernimento.
OS
AFINS
Antes de tudo, é bom
lembrar que um grupo, no sentido espiritual, não é apenas um conjunto de seres.
É preciso haver uma aspiração evolutiva, uma meta a reuni-los, a unificá-los em
uma trajetória ascendente.
É dentro deste enfoque que
se desenvolvem os encontros de AGNI ESCOLA DA CONSCIÊNCIA.
Inspirando aquele que
participa no sentido de sair das águas rasas onde ele pode ter lançado sua
âncora, e convidando-o a singrar mares mais profundos, a encontrar os bálsamos
curadores do mundo interno, onde tudo o que se vive é aprendizado e
crescimento.
A aspiração pura permite
que os mundos ardentes revelem-se a todo aquele que os busca com sinceridade,
facultando-lhes uma visão mais ampla e real da vida.
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