MEDO, MEDO, APENAS UMA PROPOSTA DE LIMITAÇÃO
Medo
do diferente. Medo do desconhecido. Medo de si próprio. De não se reconhecer e
de não se saber. De não ser reconhecido e de não ser amado.
Esta
é a grande proposta do medo. Assombrar para manter prisioneiro.
A
conquista e o reconhecimento de si é essencial em qualquer tempo. E muito mais
essencial é, nestes tempos pós-modernos, de enfraquecimento das tradições e
relativização da verdade, onde cresce a sensação de insegurança gerada pelo
individualismo e pelo processo de fragmentação social. O consumismo desenfreado
caracteriza a sociedade da descartabilidade e da instantaneidade, tanto nos
bens como nos valores. A ciência aliada à técnica leva as pessoas à realidade
das especializações, das virtualizações e das alienações; das síndromes e das
depressões...
Caberá
mais e mais a cada um, encontrar e se firmar em sua originalidade. Definir a
sua própria especificidade, ou seja, definir a que sistema de valores deseja
servir, para, consequentemente, definir o seu próprio lugar no mundo.
Perceber-se
sozinho e ousar optar por si, saindo do rebanho, pode à princípio parecer um
processo bastante desgastante...E é. Mas centrar-se em si mesmo, poderá revelar
a cada um o valor de ser fiel à sua essência, ao invés da obrigatoriedade de
seguir padrões pré estabelecidos para a forma de viver e ser.
Centrar-se
em si, com consciência, pode permitir o auto-reconhecimento como algo mais do
que apenas ser humano. Revelar-se como ser universal que se é em essência, pode
conduzir à grande ousadia de se transferir toda a atenção centrada num sistema
humano de vida para um sistema espiritual de vida. Onde o foco passe da imagem,
da aparência, da superficie... para o interno, o íntimo, o de dentro, o mais
profundo...
E
esse processo continuado, exercitado no dia a dia, vai permitindo ao ‘ser
humanizado’ sair da ‘camisa de força’ do sistema de vida humano, padronizado e
repetitivo, e vir gradativamente aprendendo a acessar e irradiar um luminoso e
claro ‘campo de força’ de paz e plenitude. Reconhecer a ‘Presença EU SOU’. É
tudo o que precisamos fazer...Sermos quem somos em Beleza e Verdade... E
irradiarmos a nossa luz para perto e para longe...
Iluminando
e nos iluminando...
Fortalecendo
e nos fortalecendo...
Inspirando
e nos inspirando...
Aprendendo
a encontrar o medo com confiança e consciência de que ele, o medo, se fortalece
tão mais, quanto mais desejamos impor à Vida o nosso querer, o nosso saber, o
nosso jeito de fazer, na expectativa do reconhecimento, do aplauso, da fama. E
mais ainda, sem dar ao outro o direito de fazer o mesmo.
E
para não sermos consumidos, é preciso reconhecermos que a proposta do medo,
seja qual for, é apenas uma proposta. Que não precisa e nem deve ser aceita.
Mas reconhecida, vista de frente, nominada. E aí naturalmente se revela em que
âncora do egoísmo da materialidade este medo está tentando aprisionar.
Este
é o caminho da libertação: aprender a lidar com a ansiedade e com a ira geradas
pelo medo, oferendo a elas, os antídotos da paz e da serenidade, da confiança e
entrega à Vida. Permitindo que a Vida viva,
sabendo que tudo está perfeito, pois tudo está sujeito a uma lei maior: independente
do que estiver acontecendo no exterior, o interior confia que é a ação
universal agindo. E ela é a inteligência suprema, justiça perfeita e amor
sublime!
E
sempre dá a cada um, o que cada um precisa e merece.
Esta
é a grande chave no encontro com o medo.
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