A ADORAÇÃO
Adorar é amar extremosamente a Deus. Cristo
ensinou que o mandamento ao qual o ser humanizado deve se ater é ‘amar a Deus sobre
todas as coisas’. Esta, portanto, é a adoração que é esperada de um ser em busca
do Senhor. Adorar não é ficar à frente de uma estátua; não
se trata de ir à missa ou ao culto, nada tem a ver com postar-se de joelhos e
orar, mas, entrar numa relação amorosa extrema com o Pai.
Quando você ama e se sente amado por Deus, o que é o mais
difícil, pratica a verdadeira adoração. Muitos acham que a adoração
consiste apenas em amar ao Pai. Alguns, até durante os seus momentos de
adoração, dizem que fazem isso... mas ela na verdade não existe, se não houver a
idéia de que se está sendo amado por Ele.
Será que o ser humanizado sabe o que é ser amado por Deus?
Acho que não. O máximo que consegue, é sentir-se contentado por
Deus, ou seja, a única coisa que ele consegue exprimir com relação a ação
divina é viver o contentamento quando o Senhor atende seus desejos mundanos.
Agora, quando Deus, como todo pai, dá o que o filho precisa e não o que ele
quer, o ser humanizado, longe de sentir-se amado, acaba se revoltando contra a
vida e muitas vezes contra o próprio Deus.
Sendo, portanto, necessário viver todos os acontecimentos da
existência com a sensação de estar sendo amado por Deus e isso não acontecendo
quando o ser humanizado tem seus desejos contrariados, afirmo que de nada
adianta este mesmo ser exercer a sua adoração indo à missa ou fazer cinco
orações por dia e nem adianta ficar sentado na posição de lótus por horas. A
verdadeira adoração, aquela que contribui para a elevação espiritual acontece
em todos os lugares e a qualquer momento onde o ser humanizado consegue superar
seus desejos e ansiedades e consegue sentir-se amado pelo Pai em todos os
acontecimentos de sua vida. Se isso não for vivido, de nada adianta buscar a
adoração como caminho para a elevação.
‘Senhor, fazei de mim instrumento de Vossa Vontade’. ‘Louvado
seja Deus por tudo que acontece na minha vida’. Nestas consciências
está a verdadeira adoração que aproxima o ser humanizado do Pai. Quem não as
mantém quando acontece algo que é indesejável por ele, ou seja, só está
satisfeito com o Pai quando Ele atende seus anseios mundanos, não adora
verdadeiramente a Deus e por isso não consegue se aproximar Dele.
Para aquele que busca a elevação espiritual é
preciso o entendimento que a adoração é a base de todo o trabalho e que ela
acontece apenas quando o ser humanizado transforma as vicissitudes (alternância
entre as situações) de sua existência em fruto do Amor de Deus pelo seu filho.
A adoração verdadeira é a do coração. Se
no íntimo de quem pratica a verdadeira oração existe apenas o amar e o
sentir-se amado, não há lugar para contrariedades. Não havendo, há paz e
harmonia, ou seja, a felicidade que Deus tem prometido aos seus filhos. Eis aí
uma forma de você verificar se a sua adoração é verdadeira ou não.
Pouco importa se você está na posição de lótus, se está
concentrado, se as mãos estão com as palmas para cima ou para baixo: nada disso
garante que sua adoração seja verdadeira. Ao invés de se ocupar com posturas,
verifique se no seu íntimo, naquele momento, você está em paz (sem críticas a
nada nem ninguém) e harmonizado com o que está acontecendo (sem achar certo ou
errado, bonito ou feito, bom ou mal). Se o seu íntimo estiver desta forma, não
importa que palavras estejam sendo ditas ou que movimentos o corpo está
fazendo, você está em adoração, pois está irmanado com o Pai numa relação
amorosa.
Aliás, se analisarmos friamente a oração que o próprio Cristo
ensinou encontraremos nela uma declaração expressa de amor incondicional:
“Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso Nome,
venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa Vontade assim na Terra como no
céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai as nossas ofensas assim como
perdoamos a quem nos tenha ofendido e não nos deixei cair em tentação, mas
livrai-nos do mal.”
Cristo diz: orem assim…
Ele recomenda esta oração porque nestas palavras estão
espelhados os elementos necessários para a verdadeira adoração: o amor, a
entrega e à confiança ao Pai.
A prece é um ato de adoração, ou seja, precisa ser realizada em
comunhão amorosa com o Pai e com uma entrega incondicional ao Senhor. Se a sua
prece não é realizada com estes critérios, mas se fundamenta em pedir, para
você mesmo ou para outros, de nada adianta orar.
Cristo afirma: não é preciso pedir nada, não é preciso dizer a
Deus o que quer, pois Ele já sabe, antes mesmo de você, o que é necessário para
a sua vida. O Pai não está preocupado em satisfazê-lo materialmente, mas sua
missão é proporcionar a cada um, as situações necessárias para a evolução
espiritual e para fazer isso Ele conhece tudo o que você precisa.
Se orar é viver em oração, você não deve querer nada nesta vida,
pois Deus lhe proverá de tudo o que necessita para viver, sempre pensando no
que for mais útil para a sua evolução espiritual. Todo o pedido feito na oração
que busque a satisfação pessoal não poderá ser recompensado se não for útil à
elevação espiritual.
Mesmo que faça orações com palavras, nunca peça a Deus nada,
pois Ele sabe o que é melhor para a sua vida espiritual. Ele não se preocupa
com o ser humano (estado temporário do espírito), mas sim com a sua existência
eterna espiritual.
É com esta visão que Deus dá as coisas na vida de cada um, ou
seja, os acontecimentos que compõem esta vida. Sua preocupação é apenas com a
evolução do espírito que é eterno e imortal. Pedir qualquer coisa é querer
governar a nossa vida e, assim, nos afastamos de Deus.
Portanto, nunca ore incluindo um me dê ou um faça isso por mim:
a oração não é para isso. Ela é para falar com Deus, demonstrar o amor a Ele e
não com a intenção que nossos desejos sejam satisfeitos, pois Ele sabe melhor
que qualquer um o que é necessário para cada um.
Mesmo quando você orar com sentimentos positivos não espere que
Deus vá satisfazer os seus desejos. O Pai dá a cada segundo, novas chances de
evolução e não situações para serem gozadas no prazer material.
A recompensa de Deus aos filhos não é a satisfação das suas
vontades individuais, mas proporcionar a cada um as situações necessárias para
a evolução espiritual. Quando você vive sem o amor universal, o que Deus lhe
dará será uma recompensa equivalente ao seu sentimento. Quando um ser falha em
uma prova de sua encarnação é necessário que Deus, por sua Justiça e Amor,
promova mais uma chance de evolução.
Ao falhar em determinada prova, o ser gerou um débito e, por
esse motivo, a próxima situação deverá espelhar não só o tema da prova, mas
ainda será acrescida da expiação desse débito.
O aproveitamento da vida não está na
transformação que os ensinamentos podem causar na existência de cada um. É
preciso que o ensinamento acabe com a paz fundamentada na realização dos
desejos humanos e se transforme em uma espada que sirva para ferir
mortalmente o padrão humano de viver ao qual o espírito está escravizado
pelo ego (“Não vim para trazer a paz, mas a espada” – ensinamento de
Cristo).
De que adianta se dizer cristão, idolatrar
Cristo, se na hora de nossa crucificação (passar por momentos de contrariedade,
insatisfação) agimos como Pedro, que ao saber que o mestre ia terminar sua
missão na cruz, convocou a todos para orar pedindo ao Senhor que afastasse
aquele futuro?
(Extratos de mensagens do amigo espiritual
Joaquim em 'O espiritualista e a adoração' .
http://meeu. com.br/ceu/ objetivo- da-adoracao/)
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