A INFORMAÇÃO o corpo como informação
“Nosso
mundo faz parte de nossa visão de mundo, a qual faz parte do nosso mundo” (MORIN, Edgar Ciência com Consciência,2013)
O corpo é o primeiro suporte
informacional humano e é ininterruptamente constituído a partir das trocas que
realiza com o meio a que está inserido e com tudo o que lhe é decorrente. Vista
sob a perspectiva da cultura contemporânea, a informação, enquanto signo, tem
papel ativo nas mediações do corpo com qualquer fenômeno no mundo e tal relação
se complexifica com o uso crescente e intenso das tecnologias de informação,
que promovem uma aproximação cada vez maior entre homens e máquinas. Diálogo
entre as ciências e o corpo, em seus aspectos contemporâneos e históricos.
Em nossa forma primordial de
relação com e no mundo, sempre em ação, percebendo, processando, assimilando e
criando informações em trocas inesgotáveis com o meio, nosso corpo-suporte
processa informações sociais, culturais, biológicas e outras mais que o
envolvem.
Trilhar o caminho dos signos
que produzimos, das significações que estabelecemos e do ininterrupto processo
da semiose, pode alargar a compreensão dos questionamentos sobre a vida e nossa
relação com ela. Corpos, técnicas e cultura co-evoluem desde as primeiras
constituições sígnicas do ser humano e, nesse sentido, o corpo é ampliado,
expandido e reconfigurado continuadamente.
No corpo comunicador, o
movimento é a condição da comunicação. Mover-se é sair de si para ser-com, é
abrir-se para o outro, é o irradiar da consciência da interioridade para a
corporeidade.
A informação está portanto em
constante ação, em um fluxo ininterrupto e inesgotável de significação. Acreditamos
que, uma vez que compreendermos o corpo como participante dos sistemas de
informação - voltar interesses de pesquisa para essa relação, com foco no papel
da informação nessa interação, pode trazer resultados inovadores.
O que fazer para captar esta
informação?
Sentir, sentir e
sentir...Entregar-se e permitir.
Por isso a dança em estado
meditativo, ou seja, em estado de completa entrega interna, de completa
expressão de si, é o instrumento de sintonia com a informação. Na verdade, em
tudo uma questão de sintonia. Através da escuta sensível de si e do mundo,
através do corpo, imergir em si e conscientizar-se de seus impulsos, conectando
a informação da força criadora e trazendo-a à tona através do corpo que dança.
A informação viria então, a
partir de um corpo ‘revolto’, animado, vivo do princípio superabundante e de
energia, que num ‘ataque de lucidez’, num ataque de consciência, romperia
com convenções e certezas e
transformaria o desejo em discurso _
trazendo a informação. E tornando o afeto fonte criativa e o discurso
decorrente dele, um marco de ruptura e autonomia.
É o ato cognitivo mediado
pelo sentir. Reflete o movimento existencial único, singular extratado pelo
sujeito, carregado com seus valores, afetos, desejos, de modo que o sentido
emergente desta relação é um sentido vital.
(os
estudos serão expandidos para a percepção, a sensação, a intuição, atenção sobre si, como
agentes de informação; George Lakoff e
Mark Johson concepção metafórica de conhecimento do mundo/construção destas
metáforas via sistema sensório-motor no corpo/ os conceito são mentais e corporais)
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