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domingo, 13 de abril de 2014

A DOUTRINA DO CENTRO michel ichenique isasa
Esta doutrina é o coração da estratégia universal e dela surgem todos os modelos de tática clássica.

Mas o que é o centro? Seria um lugar? A distância equivalente entre dois combatentes? Uma idéia?
Para definir o que é o centro , temos que separar a natureza de seus atributos, já que, na natureza, não encontramos centro e sim direções, movimentos, redes de comunicação, linhas de força e, de acordo com as teorias atuais, uma trama de sistemas fractais. É somente quando observamos o universo do ponto de vista filosófico que surge o centro como atributo deste para excelência. Podemos dizer , então , que o centro corresponde a uma concepção espiritual de vida , e neste caso, podemos entendê-lo como forma (conceito) e como abstração (espírito). 
O centro , então , implica na idéia do bem, da verdade , da justiça etc. Mas se é possível concebê-lo, também deve ter forma: qual será a forma do centro?
Nos esquemas tradicionais , o centro representa-se como o ponto que é eqüidistante de todos os demais, seja em figuras planas (círculos, quadrado, triangulo) ou em figuras com volume (cubo, esfera, dodecaedro). 
O centro também é representado na cúspide da pirâmide e no obelisco sobre a colina, mas tudo isso é símbolo e representa algo que existe além de qualquer parâmetro mental, onde a natureza ou o espírito possa estar representado. 
Com isso , podemos esboçar uma definição do centro, posto que nela podemos integrar tudo o que foi dito até agora, já que , se reagruparmos natureza , espírito , atributos e símbolos, chegamos a um ponto onde todas as coisas se encontram. 
O centro é , então , o ponto de conjugação onde todas as coisas se harmonizam e , ao mesmo tempo, articulam-se para cumprir com eficiência as funções que lhes são próprias. 
Deste modo , com essa definição teórica , podemos chegar a definir a forma prática do centro.
Em sistemas naturais ou criados pelo homem, a forma do centro encontra-se naquilo que , pertencendo a qualquer coisa em movimento, não se move e, ao mesmo tempo é suporte do movimento. 
Numa roda , o centro é o cubo ou circulo onde o eixo gira, transmitindo-se movimento ao resto do sistema, na arvore o centro é a concavidade onde a seiva flui, transmitindo a vida para todo o sistema; no sistema solar , o centro é o espaço onde o sol se move , transmitindo força para todo o sistema, no homem , o centro é a concavidade onde a consciência se move , relacionando todos os elementos que o constituem.
Como atributo , é o primeiro de todos: a vontade. E como objeto , é também o primeiro de todos : a lei. 
Mas como pode o homem chegar a realizar o centro? Somente quando o concebe e identifica-se com ele. Desse ponto de vista , a idéia-forma do centro , no homem, o tipo superior: o herói.
O centro expressa-se através de dois círculos concêntricos (heiho) , o circulo defensivo e o circulo de ataque , e taticamente é correto vê-lo assim; porem , do ponto de vista estratégico , o centro não é um circulo de defesa nem de ataque, mas a integração de ambos simultaneamente, unificando ponto e circunferência; é um “centro total”.


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