A SABEDORIA
(extratos de Trigueirinho)
A sabedoria paira sobre o
universo e ao mesmo tempo permeia todos os seres. Não tem dono, nem pode ser
encapsulada em mente alguma. Penetra onde há liberdade para sua expansão, onde
possa abrir caminhos e revelar aspectos límpidos e evolutivos da natureza do
cosmos. Por isso, é infrutífero procurar obtê-la dos homens: ela não pertence a
ninguém, embora, misteriosamente, se encontre no interior de cada um.
A beleza do trabalho da sabedoria
é inefável; grande harmonia se irradia de suas obras. A sabedoria age em consonância
com a lei de inteligência, justiça e amor, a fim de permitir o despontar de
novas luzes nos que não se apoderam da luminosidade já existente. Quando uma
luz atinge o auge, inúmeros indivíduos sentem-se atraídos por sua radiância; no
entanto, para se chegar à sabedoria é necessário mais do que simpatia pelo Bem,
é necessário praticá-lo em nome de uma verdade maior e única.
É preciso que as expansões da
consciência se reflitam na matéria dos corpos do ser e na sua expressão no
mundo do viver humano. O modo mais direto de isso se dar é pelo serviço que o
indivíduo vai prestando cada vez mais integralmente. Potenciais ocultos passam a exteriorizar seus padrões
vibratórios à medida que, ao servir, a consciência do ser se amplia; essa
ampliação e o serviço estão intimamente ligados: um é conseqüência do outro.
Os que buscam servir devem
deixar-se permear pelas energias internas que por intermédio deles começam a
irradiar-se. A transformação, apesar de fundamental para que se possam alcançar
etapas mais avançadas, não deve ser diretamente perseguida. Toda a sua atenção
é para ser enfocada na tarefa a cumprir. O desapego vai emergindo com o desenvolvimento
dessa dedicação. É um desapego genuíno, que não inclui desdém ou indiferença
por pessoas, objetos ou situações; é uma soltura decorrente do contato com a
essência da vida. Imanente a tudo e a todos, essa essência vai revelando a
liberdade intrínseca à verdadeira união.
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