O VERDADEIRO SIGNIFICADO DO NATAL compartilhando
a compreensão trazida pelo amigo
espiritual Joaquim (http://meeu.org/)
Tocar no assunto natal dentro da perspectiva de alterar a
realidade com a qual a humanidade o vive, é complicado. Mas, vamos
fazê-lo hoje…
A maioria tem gratas lembranças de natais da infância. A
lembrança do prazer de ganhar presente, de esperar papai Noel, de montar
árvore. As lembranças destes prazeres enraízam verdades que são difíceis
de hoje destruí-las. No entanto, dentro do objetivo da reforma íntima, isto é
necessário ser realizado, apesar da dificuldade.
Para sermos fieis aos nossos propósitos precisamos buscar
o carnegão mais profundo da ferida (a raiz da humanização) que é o câncer
embutido em todos que corrói e destrói a espiritualidade do ser: a busca do
prazer, da satisfação. A comemoração natalina como hoje conhecida é um dos maiores
reflexos deste câncer. Tem gente que vive o ano inteiro esperando o natal como
hoje comemorado. Mesmo aqueles que não vivem nesta espera profunda, também
aguardam esta época com ansiedade para poder ter prazer com as comemorações que
são realizadas.
Desta forma, hoje destruiremos a celebração natalina como
elemento gerador de prazer e, assim, traremos a Realidade sobre este tema que
não é aquilo a que a humanidade se acostumou, mas o verdadeiro significado do
natal para o Universo.
O natal surgiu de um rito de antigas civilizações onde se
comemorava o solstício. Na verdade esta festa de hoje é oriunda de um ritual
pagão, mesmo que a intenção aparente de hoje não mais a seja.
Hoje a humanidade crê que no dia 25 de dezembro comemora o
nascimento de Jesus Cristo. Mas eu queria fazer uma pergunta para começarmos
nosso estudo: quem é Jesus Cristo? Ele é um espírito. Qualquer outra verdade
que seja aplicada (mestre, filho de Deus) é adjetivo utilizado para rotulá-lo,
mas na realidade Jesus Cristo é um espírito, um ser universal.
Sendo assim podemos afirmar que ele não nasceu de José e
Maria, porque nenhum espírito nasce de mulher ou homem; não nasceu em
Jerusalém, porque nenhum ser nasce na matéria; e nem ao menos nasceu, pois todo
espírito é gerado por no Universo e não no mundo humano. Só por esta verdade
primária para qualquer espiritualista a comemoração natalina já deveria perder
completamente a sua razão de ser, pois não há nascimento a ser comemorado.
Todos os mestres ensinaram que os espíritos são gerados por
Deus em um tempo que se perde na eternidade e que irão viver eternamente.
Jesus, como espírito que é, portanto, não nasceu na Terra: encarnou em uma
determinada época.
Esta deve ser a Realidade para aqueles que se dizem
espiritualistas e a vivência com ela é necessária para se promover a reforma
íntima, pois encarnar e nascer são coisas completamente diferentes. A primeira
leva à compreensão de uma etapa de uma existência eterna enquanto que a segunda
denota um início de existência.
Aquele que não vive dentro do Real Universal se perde em
verdades individuais e dá valores diferenciados à Realidade, criando ilusões
(mayas) que o afastam de Deus e da felicidade incondicional, levando-o à busca
do prazer e da satisfação. A comemoração natalina é um destes exemplos.
O ser humanizado que não aplica a Jesus Cristo a Verdade
de ser um espírito que encarnou não vive na Realidade e por isso cria a
comemoração de um nascimento, do início de uma existência. Pelas tradições
humanas, a vivência com este maya (nascimento) gera, então, a obrigação de
festejar o evento. Mas, se Jesus Cristo é um espírito, não há nascimento para
ser comemorado.
Portanto, a motivação básica para a celebração do natal
como hoje é feita no planeta, não existe, pois não há nascimento para ser comemorado.
Ninguém nasceu: uma carne foi colocada para fora e Deus uniu a ela um princípio
inteligente que já existia anteriormente.
O espírito não nasce do homem. Aliás, no Evangelho de
Tomé, Cristo afirma: quando você vir uma pessoa que não é nascida de mulher,
prostre-se porque ele é seu mestre.
Pergunta: Bem, por analogia, não há motivo para
comemorarmos o nosso aniversário na data de nascimento?
Claro que não: você não nasceu, teve um início de
existência, nesta data.
Mas,
continuemos…
Se Jesus não nasceu nesta data, o que se comemora, então,
neste dia? A humanidade presa à busca do prazer e ciente da Realidade poderia
até gerar um novo maya: comemoremos a encarnação de Jesus Cristo. Entretanto,
mesmo esta desculpa deveria ser esfacelada por aquele que busca a Deus
(espiritualista).
Quem é Jesus Cristo? Um mestre, a verdade e a luz, o
caminho a Deus, segundo suas próprias palavras. Portanto, acreditar em um ser
Jesus Cristo é irreal, pois ele não é nem um homem nem um espírito, mas o caminho
para se chegar a Deus.
Chegamos, então, a uma Realidade: Jesus Cristo é um mito.
Vamos explicar esta afirmação.
Anteriormente compreendemos que não há nascimento porque
um espírito não nasce. Para podermos continuar na destruição da ilusão natalina
que vive a humanidade eu perguntaria agora: quem disse que aquele espírito que
encarnou se chama Jesus Cristo? As individualidades universais (espíritos) não
possuem individualismos e, portanto, um espírito não tem nome que o
individualize. O mestre que vivenciou aquela encarnação é um espírito elevado;
identificá-lo com qualquer outra identificação como nome, cor, sexo, religião
ou características físicas é dar a ele o que não possui, ou seja, irrealidade.
Além de não nascer, Jesus Cristo nunca existiu. Foi apenas
um personagem criado pelo Todo Universal para transmitir um ensinamento que
serve de caminho a Deus, ou seja, é o nome que rotula uma encarnação e não um
espírito.
Qual o seu nome? Com certeza não é aquele que está na
carteira de identidade, pois você é um espírito e, por isso, não tem nome.
Aquele rótulo que se encontra estampado lá é o nome desta sua encarnação, do
personagem fictício que você criou para viver esta encarnação ou oportunidade
de elevação espiritual. Ele é o rótulo que individualiza o conjunto de carmas,
provas e missões que serve como campo de trabalho da sua reforma íntima que o
aproximará de Deus.
Isto é o seu nome, mas também o é de todo espírito que
encarna. Jesus Cristo, portanto, não é o nome de um espírito, mas o rótulo de
uma encarnação que teve como objetivo exemplificar as ações da reforma íntima
que todos devem executar se quiserem promover a elevação espiritual (caminho
para Deus). Portanto, o Jesus Cristo que a humanidade acredita e adora é um
mito: é irreal.
No entanto, o espírito que vivenciou esta encarnação era
um mestre, ou seja, um ser já elevado. Por isso não podemos entender que na
encarnação Jesus Cristo houvesse provas ou expiações para serem executadas.
A partir destas Realidades podemos então definir Jesus
Cristo como uma missão executada por um espírito sem nome, onde não houve
nascimento algum. Vivendo com esta Realidade destruímos a idolatria a outro que
não seja o próprio Deus e acabamos com a hipocrisia que vive hoje a humanidade,
mesmo daqueles que se dizem espiritualistas.
Na Realidade Jesus Cristo é um espírito sem nome que
vivenciou uma missão, ou seja, um trabalho de Deus realizado através de um
espírito elevado para nos auxiliar na caminhada da elevação espiritual: o
caminho, verdade e luz que ele citou. Somente compreendendo a Verdade desta
encarnação a humanidade poderá aprender que se quiser chegar a Deus será
preciso que cada um viva uma encarnação Jesus Cristo, não importando o nome que
tenha. Cada um necessita viver como
aquele espírito viveu, ou seja, reagir aos acontecimentos da vida com os mesmos
valores que ele utilizou para poder chegar a Deus. Transformando esta
Realidade em Verdade, o ser humanizado destrói a idolatria a Cristo e pode,
então, unir-se completamente ao Pai, cumprindo o primeiro mandamento da lei de
Moisés.
O natal, então, como hoje compreendido mesmo pelos
religiosos (festa de comemoração do nascimento de Jesus Cristo) é uma ilusão,
algo irreal, um maya, pois se festeja um evento que não ocorreu de um ser
humano que nunca existiu.
O que estou fazendo nesta conversa? Acabando com a fé da
humanidade? Não, estou acabando com as ilusões e, conseqüentemente, destruindo
todos os motivos para se comemorar o natal como hoje é feito. Isto é necessário
neste momento da reforma íntima que a humanidade vive. Só destruindo a ilusão
que vive, o ser humanizado poderá comemorar o natal dentro da essência para o
qual foi criado. Sim, o natal precisa existir, apesar de até agora termos
destruído todas as motivações que levem a esta comemoração.
Se Deus é a Causa Primária de todas as coisas, foi Ele que
criou esta celebração. No entanto, não deu a intuição ao espírito com o
objetivo deste alcançar o prazer (bem material), mas sim para que ele possa
utilizá-la com uma intenção espiritual (a busca da elevação espiritual). É
sobre isto que eu quero conversar hoje: qual a intenção de Deus ao dar a
humanidade a intuição de realizar uma comemoração nesta época.
A intenção da conversa de hoje é entender o Real objetivo
do comando de Deus para haver esta celebração. Isto é necessário, pois enquanto
a humanidade atrelar esta época à necessidade de fazer presépios e montar
árvores para esperar o natal, no dia vinte e cinco de dezembro vivenciará
apenas o amargor da ressaca e da dor de estômago. Este sofrimento acontece
porque a grande maioria da humanidade, além de não se lembrar do Cristo nesta
época apesar de acreditar que está comemorando o nascimento do mestre, não
entende o que deve ser feito para se aproveitar à oportunidade que Deus dá aos
seus filhos.
É sobre esta oportunidade e o que precisa ser feito para
se obter o máximo possível de aproveitamento espiritual nesta época que iremos
conversar hoje. No entanto, primeiro foi preciso desmascarar as verdades
criadas pelos seres humanizados sobre esta data.
Portanto, não existe Jesus Cristo nem natividade: estes
elementos fazem parte do teatro humano. Na Realidade existe um espírito, sem
nome, sem cor, sem sexo, que vivenciou uma vida encarnação missionária chamada
Jesus Cristo.
Pergunta: Até
porque os historiadores afirmam que a data correta não seria o dia em que
comemoramos, mas sim de quatro a sete anos antes dela.
Eu não estou preocupado com datas. Não quero apontar erros
na data ou na idade de Cristo, mas quero mostrar que não existem motivos para a
comemoração que a humanidade faz. São visões bem diferentes sobre o tema.
Resumindo a partir do que vimos até aqui: não há motivos
para a comemoração que hoje é realizada, mas existe para essa época uma
intuição divina para que a humanidade comemore o nascimento de Cristo.
Sim, a intuição de Deus é para que a humanidade comemore o
nascimento de Cristo, mas essa comemoração deve ser realizada com outra busca
que não o prazer. Agora que nós desmistificamos o natal destruindo o mito Jesus
Cristo e a história de nascimento, vamos entender o que é comemorar o
nascimento de Cristo.
Qual a essência da encarnação Jesus Cristo? Que papel
missão desempenhou esta encarnação na peça Divina Comédia Humana? Para
entendermos isto podemos ouvir João, o Evangelista: Jesus Cristo era o verbo.
A encarnação Jesus Cristo teve a missão de ser o verbo
para a humanidade. O verbo pode ser definido como a ação da frase. Tocar,
cantar, brincar, rir e chorar são vocábulos que designam a ação que o sujeito
está praticando naquele momento.
A encarnação
Jesus Cristo pode, então, ser definida como a exemplificação da ação que os
espíritos humanizados devem executar para chegar a Deus. Percorrer o caminho
que leva a Deus, ou seja, viver uma encarnação Jesus Cristo é vivenciar a
existência praticando as ações que este personagem praticou.
Não sei se estou conseguindo me fazer compreender porque
palavras são muito difíceis para a espiritualidade que vive dentro da
existência sem formas. Mas, o que estou querendo explicar é a máxima crística:
eu sou o caminho a verdade e a luz, ninguém chega a Deus a não ser através de
mim. Este ensinamento quer dizer que
enquanto o espírito humanizado não levar uma existência carnal com as mesmas
ações espirituais (intenção) que Jesus Cristo realizou não chegará a Deus.
Sendo assim, quando se fala em nascimento de Cristo deve
haver esta compreensão: o início de uma determinada intencionalidade que deve
ser aplicada nas ações materiais (atos). No entanto, que intencionalidade seria
esta, uma vez que João não fala que verbo era conjugado?
Pela intencionalidade dos ensinamentos crísticos e pelos
mandamentos deixados pelo mestre (amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo), nós podemos compreender que a única intencionalidade
aplicada por Cristo era amar. Cristo agiu amando sempre. Demonstrar como se
conjuga o verbo amar incondicionalmente foi à missão daquele espírito que é
conhecido pela humanidade como Jesus Cristo. Para isto viveu uma encarnação
onde exemplificou com atos e ensinamentos como se vive uma existência onde só
se ame.
Esta é a
Realidade que os espíritos humanizados devem viver quando se fala em Jesus
Cristo: um espírito que viveu uma determinada encarnação ou determinado papel
na vida carnal onde desempenhou como missão a função de viver amando
incondicionalmente para exemplificar a forma como cada um pode alcançar a sua
elevação espiritual (ressurreição).
Quando o ser humanizado se esquece disto e vive em outra Realidade, não
consegue chegar a Deus, pois “eu sou o caminho, a verdade e a luz: ninguém chega
a Deus a não ser através de mim”.
Quem ora procurando Cristo em um crucifixo só se relaciona
com matéria. Para encontrar e se comunicar com Cristo é necessário que o
espírito interpenetre no mesmo padrão vibratório dele, ou seja, coloque o amor
em ação, pois Cristo não é material, mas um rótulo que se dá ao amor em ação.
Voltando ao nosso tema de hoje, podemos agora afirmar que
acabamos de definir o que é o Cristo da intuição de Deus para esta época
(comemorar o nascimento de Cristo): a prática da intencionalidade do amor
incondicional para vivenciar os acontecimentos da vida carnal. Esta é uma
oportunidade, então, para se viver com esta intencionalidade.
Pergunta:
Então os mulçumanos hinduístas e indianos vão morrer e vão para o braseiro do
mármore do inferno porque não seguem Cristo?
Esses povos não têm o exemplo Cristo, mas têm os seus
próprios mestres que também trouxeram o amor em ação. As palavras dos
ensinamentos que os demais mestres trouxeram foi adequada à compreensão de cada
povo, mas a essência do ensinamento é a mesma. Estou falando em Cristo porque
aqui estou conversando com cristãos, mas o anjo Gabriel, que falou em nome de
Alá com Maomé ou Krishna que serviu de instrumento a Deus para os indianos
também falou a mesma coisa.
Por falar nisso, aplicando o que vimos hoje podemos
concluir Krishna também não é um espírito ou ser humano como hoje acreditado
por seus seguidores, mas sim um espírito anônimo que vivenciou uma missão Sri
Krishna que também teve como objetivo exemplificar o amor universal
(incondicional) em ação.
Portanto, lhe respondendo, estamos falando de Cristo
porque estamos falando de natal (comemoração cristã), mas a missão básica de
todos os mestres foi a mesma (ensinar o amor em ação) e por isto tudo o que
estamos falando vale para toda a humanidade, independente de religião.
Eu não sei se vocês compreenderam a profundidade do que
conversamos. O que eu fiz foi acabar com a figura Jesus Cristo nas suas vidas.
Apesar disto, não acabei com o ensinamento deixado pelo mestre, mas apenas com
o maya que tinham sobre este episódio da história universal. Ao
exterminarmos o maya que vivemos sobre a figura Jesus Cristo acabaremos também
com a idolatria a mestre que fere frontalmente o ensinamento de Moisés criando
ídolos que não sejam o próprio Deus. Enquanto você idolatrar a Cristo estará
adorando ídolos ao invés de Deus.
Este ensinamento, no entanto, não deve ser aplicado apenas
a Jesus Cristo, mas a todos aqueles (os mestres da humanidade) que servem de instrumento
a Deus para ensinar o espiritualismo e o universalismo. Por isso Salomão
ensina: aos mestres devemos respeito, mas idolatrar somente a Deus.
Este é o objetivo deste ciclo de conversas: acabar com as
ilusões. Acabar com o Cristo que você conhece e idolatra, para que possa
alcançar a Realidade sobre os mestres. Só assim poderá alcançar uma relação
harmoniosa com o espírito amigo e irmão que vivenciou uma existência
missionária, extinguindo a idolatria que eles nunca pediram e rejeitaram.
Dentro do objetivo deste ciclo de palestras estamos hoje
acabando com a idolatria a figura de Cristo e lançando você na Realidade do
Universo. Para aquele que pretende realizar a elevação espiritual de nada
adianta prender-se à idolatria a Cristo. Esta forma de viver ainda faz nascer
no ser humanizado o individualismo. Para se realizar a elevação espiritual não
se deve colocar Cristo ou qualquer outro mestre no altar porque lá é o lugar de
Deus e não de outro ídolo qualquer.
O Cristo universal não deve ser colocado lá, nem muito
menos aquele que você idolatra: um ser humanizado. Um Jesus Cristo que nasceu
na matéria, que foi concebido sem pecado, que aos sete anos foi falar com os
mestres no templo. Tudo isto é estória; nada disso aconteceu. São parábolas
utilizadas para transmitir um ensinamento: a conjugação do verbo amar.
Apegar-se a estes acontecimentos como históricos buscando explicá-los,
compreendê-los ou comprová-los, é criar a idolatria que mutila o ensinamento
básico da ação amorosa: amar a Deus sobre todas as coisas.
O ensinamento deixado pelos mestres é verídico como
instrumento da elevação espiritual, mas para transmiti-los foram contadas
estórias. Precisamos acabar com a visão de que eles fazem parte da história e
que precisam ser compreendidos pela lógica, porque senão continuaremos jogando
natais (intuições de Deus para comemorar o “nascimento do Cristo”) fora. Os
buscadores devem cessar esta procura da compreensão dos atos da encarnação
Jesus Cristo. Se isto não ocorrer ainda encontrarão trechos nos ensinamentos
que, pela não compreensão lógica do acontecimento, dirão que são falsos ou que
foram alterados. Com esta ação estarão afastando de si o próprio ensinamento, a
própria razão de existir a encarnação missionária de um espírito superior.
Quem atribui ao mestre um papel diferente de um espírito
mensageiro de Deus cria a idolatria ao mestre e quem idolatra o mestre não
chega a Deus. Não existe Cristo ou Krishna, nem suas histórias: existem
espíritos sem cor, sem nome, sem sexo, que devem ser amados como irmãos e
mestres. Estes seres humanizados não devem ser considerados como o próprio Deus
vivo, mas devem ser respeitados como mestres por sua ascensão moral. Apesar
desta ascensão temporária não devem ser idolatrados, porque não são em essência
melhores do que qualquer espírito encarnado ou não, pois Deus criou a todos
igualmente.
Todas as propriedades que os espíritos missionários
possuem, cada princípio inteligente do Universo também possui. Podem os
espíritos em processo de elevação ainda não terem desenvolvido determinadas
propriedades, mas elas também existem dentro deles. Se isso não fosse realidade
Deus seria injusto, pois teria dotado alguns de elementos que não deu a outros.
Idolatrá-los como superior, portanto, é acusar a Deus de ser injusto, mas respeitar
a ascensão moral conseguida pelo irmão denota o amor profundo que temos pelo
Pai, além de valorizar o trabalho ao longo da existência espiritual no sentido
de elevar-se daqueles que vivem as encarnações missionárias.
A idolatria fere tudo isso. Fere o amor ao Pai e acusa o
espírito que vive a encarnação missionária de ter sido privilegiado por Deus
com algo que não deu aos Seus demais filhos. É por isso que Cristo, Krishna,
Buda jamais pediram adoração a si mesmo, mas a Deus.
Enquanto o ser humanizado que busca a Deus não entender
que não existe nenhum espírito superior a ele, mas sim instrumentos de Deus que
receberam esta missão pelo seu trabalho anterior (a reforma íntima) e que a
passagem na carne destes mestres não cria uma identidade, mas transmite apenas
um ensinamento que é caminho para o Pai, ficará perdendo tempo rezando e não
promoverá a sua reforma íntima.
Começamos, portanto, a compreensão da comemoração do natal
intuída por Deus destruindo o Cristo que você conhece para dar a ele o seu real
valor: um ser espiritual que já conquistou uma elevação e que por isso merece
ser respeitado e reconhecido e não idolatrado.
Pergunta: Aos
homens é preciso regras precisas, pois os preceitos gerais e muito vagos deixam
muitas portas abertas a interpretações.
Amigo, deixa eu lhe responder utilizando um ensinamento do
apóstolo Paulo: a lei cria o pecado. Cada vez que você cria uma regra gera o
certo e o errado para determinada circunstância.
Ao homem, o espírito que ao comer a maçã dada pela cobra
objetivou possuir o poder de Deus para determinar o certo e o errado das coisas
e por isto foi expulso do paraíso, deve ser abolido todos os preceitos para que
ele possa retornar à pátria espiritual.
Ao criar regras pré-estabelecidas a humanidade impõe
padrões que ferem o livre arbítrio do espírito de interpretar o mundo do jeito
que quiser. Este é um direito adquirido pelo ser universal como uma graça
divina que a lei (o padrão que deve ser seguido) extingue com a obrigação da
ação de determinada forma. Enquanto nós condicionarmos o homem a raciocinar a
partir de um modelo pré-estabelecido nunca se atingirá a evolução espiritual,
que é conseqüência da escolha feita pelo livre arbítrio concedido por Deus. A
prova disto é que Cristo não estabelece padrões de ação, mas ensina na
utilização do livre arbítrio espiritual criando, mas não impondo, a opção do
amor.
Se você quer e precisa se prender a regras fixas,
prenda-se a esta: ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo.
Pergunta: A
lei natural compreende todas as circunstâncias da vida e essa máxima não é dela
senão uma parte.
A lei natural é Deus, pois a Natureza é Deus. Todos os
elementos do Universo (espírito e matéria) são artificiais, pois só Deus é
natural. Desta forma a única lei que existe é a da natureza, que nada tem a ver
com as regras precisas de preceitos gerais que a humanidade cria que você
falou.
Pergunta: É o
homem que Cristo se transformou com a encarnação que diz na cruz Pai porque me
abandonastes ou é o espírito que encarnou e falhou?
Nem o homem nem o espírito, mas o personagem que vivencia
a missão. Esta frase foi acrescida ao texto do personagem para mostrar que ele,
enquanto se sentindo humano, se sentirá abandonado por Deus, mas que nem por
isto deve fugir da sua crucificação. Esta frase faz parte da missão, do
ensinamento que você precisa aprender: mesmo que se sinta abandonado por Deus,
beba até o último gole da sua taça sem puxar a espada (lutar contra a Realidade
desejando outras circunstâncias para você).
Não se esqueça que Cristo disse para Pedro: quem vive pela
espada morre pela espada. Quem luta contra as circunstâncias da sua vida
desejando que elas fossem diferentes atrairá para si mais momentos que não
gostará.
Neste ensinamento, portanto, a base da lei do carma.
Continuemos nossa conversa sobre o tem a de hoje.
A partir do momento que o ser humanizado destrói o mito
Jesus Cristo fica em vã todas as buscas arqueológicas para saber onde ele foi
enterrado; torna-se vã, também, a busca de se ele nasceu no ano que a humanidade
acredita. Perde o sentido querer se adivinhar se ele era louro ou moreno, se
seu corpo possuía olhos pretos ou azuis. Encerra-se a discussão para saber se
na verdade ele nasceu numa estrebaria ou em casa, se seria possível Maria tê-lo
gerado e permanecido virgem. Toda esta busca humana é perda de tempo. É
curiosidade do ser humanizado que tem como intenção iludir-se acreditando que
está buscando a espiritualidade sem que para isto seja preciso praticar a
reforma íntima.
A única coisa
que pode aproximar o espírito de Deus é a reforma íntima, ou seja, a mudança da
intenção com que se vivenciam os acontecimentos da vida carnal. Quem se prende na busca do Cristo homem não se preocupa
em colocar o amor em ação e seguir o seu exemplo. Para que o ser universal
alcance a elevação espiritual deve seguir a liderança de Cristo (“pegue a
sua cruz e me siga”) colocando o amor em ação.
Estou abordando este aspecto porque na época do natal
terrestre muito se questiona sobre a personalidade Cristo. Existe o questionamento
e o debate para saber se ele existiu ou não, se veio a Terra ou não. Esta busca
é mais um obstáculo a se seguir a intuição de Deus para a comemoração do
nascimento do natal. Portanto, para que alcancemos a elevação espiritual
aproveitando bem a intuição divina, devemos
parar de procurar o ser humano Jesus Cristo e compreender os ensinamentos
deixados, a missão Cristo do amor em ação.
Dito isso, agora já podemos conversar a respeito do real
objetivo da intuição de Deus para a comemoração do natal, que é uma
oportunidade de auxílio à elevação espiritual que a humanidade vem jogando fora
há algum tempo.
Esta é uma época na qual, no Universo, se abre um portal
de apoio aos espíritos em desenvolvimento no mundo de provas e expiações. É
para aproveitar esta abertura que Deus dá a intuição da realização do natal.
Vou tentar explicar esta informação porque a palavra portal não quer dizer
porta nem buraco no espaço.
Na época que os cristãos comemoram o natal, assim como em
outras épocas para aqueles que seguem outros mestres, há uma oportunidade maior
para aqueles que buscam o exercício da fé de receberem apoio neste trabalho.
Não que Deus não os apóie o tempo todo, mas nesta época o Pai cria um
diferencial que resulta num apoio maior para aqueles que realmente compreendem
o sentido do natal e buscam o exercício da fé e a ação do amor.
No entanto, como Cristo nos ensinou (bata que eu abrirei),
é preciso que o buscador bata à porta, ou seja, que ele busque o portal. Sem
esta busca ele não será encontrado. Este é o verdadeiro sentido da intuição que
Deus deu à humanidade para nesta época se fazer uma comemoração que vocês
chamaram de natal: buscar o portal que traz um apoio diferenciado àqueles que
vivem para cumprir os objetivos da sua encarnação.
Só para não interpretarmos a palavra comemoração: festa de
espírito não é algazarra, fanfarronice, mas introspecção, busca a Deus e ao
universal. Os espíritos entram em festa quando, através da introspecção, entram
em êxtase na ligação com Deus.
Esta é a comemoração do natal: é a introspecção para se
conectar com este portal e assim conseguir mais elementos para a busca do
êxtase espiritual.
Natal é um tempo de recolhimento para os cristãos, como os
árabes e os hindus têm o seu. Nestes povos este tempo pode ter nomes diferentes,
mas cada um em determinada época é intuído por Deus para buscar através de a
introspecção ultrapassar o portal e banhar-se em bens celestes que auxiliará
aos espíritos humanizados a alcançar a Deus.
Isto é natal. Visto por este ângulo posso dizer que cada
povo tem o seu natal, cada religião tem o seu natal com diferentes nomes e
épocas, mas todos têm um tempo de busca de introspecção para conseguir
conectar-se ao portal divino e aí se banhar no bem celeste que chega através
dele.
Natal não é árvore piscando,
mão cansada de carregar presentes, farra, comida e nem bebida. Natal não é
reunião de família, mas momento de introspecção individual.
Pergunta: Mas
com a educação que temos não podemos apenas acrescentar esta busca as tradições
natalinas?
Se você viver como todos viveram e vivem terá o mesmo
destino de todos. É isto que estamos falando nestes ensinamentos: é preciso
ousar mudar as tradições. Ou você acha que Francisco de Assis, Chico Xavier,
que Santa Clara, Joana D’Arc não ousaram e mudaram as tradições do mundo que
viveram?
Enquanto ficarmos presos a verdades antigas (o mundo é
assim, eu fui criado assim) e não ousar mudar os padrões na nossa vida, nada se
faz espiritualmente falando.
Pergunta: O “natal”
seria meditar e fazer parte de Deus na Sua essência?
Não; seria
interiorizar-se para buscar compreender quem é você. Buscar compreender o
seu individualismo que está toda hora lhe cobrando que os outros se mudem e lhe
sirvam, compreender que prioriza sempre suas propriedades à dos demais, etc.
Nesta época é preciso interiorizar-se para buscar esta compreensão e, assim,
poder silenciar a mente. Só depois disto pode se pensar em ligar-se a Deus.
A meditação natalina começa pela busca do auto
conhecimento que os seres humanizados não possuem, pois vivem no piloto
automático (reagindo aos acontecimentos dentro de padrões pré-estabelecidos) e
não conseguem mais raciocinar os acontecimentos a partir da Realidade do
Universo.
Pergunta: Para
esta introspecção não se pode reunir a família?
Eu preferia não reunir a família porque ela não é
universal, mas fruto da mente. A família individualizada (meu filho, meu pai)
como hoje vivida no planeta terra é contra a vida espiritual. Por isto Cristo
pergunta: quem é minha e quem são meus irmãos? Ele ainda ensina: abandone a sua
família e me siga.
Desta forma não aconselho a reunião familiar para a
introspecção, pois com a presença dela você continuará preso a este maya e não
conseguirá atingir ao auto conhecimento, ou o conhecimento da Realidade. Dentro
da busca deste conhecimento você precisa se libertar desses laços familiares
também e isto seria impossível com a presença física da parentela.
Pergunta: Mas,
não podemos reunir a família no sentido de estar passando para eles esse nosso
amor?
Não nesta época do natal, ou seja, não no momento que você
busca a introspecção.
Realizando este trabalho com a presença do seu filho, por
exemplo, o prazer gerado por ele estar participando não a deixará absorver a
felicidade universal. Você estará presa no filho e não quebrará a verdade sobre
aquele espírito, ou seja, não conseguirá, assim, o conhecimento universal.
Pergunta:
Acredito que agindo desta forma (isolando-me para a introspecção) estaria sendo
individualista, pensando em mim, e não praticando o amor ao próximo.
Você pode amá-los convidando à introspecção, mas cada um
na sua casa. Ao convidá-lo para aproveitar a intuição de Deus para a
comemoração do natal estará servindo-o e favorecendo a oportunidade para a sua
meditação. Agora, condicionando o seu serviço à presença física dele do seu
lado, não estará servindo ao próximo, mas se servindo dele, pois é você quer
deste jeito.
Como disse, com a presença deles não conseguirá a
introspecção perfeita, pois estará presa no prazer: “que bom,
minha família está toda aqui ao meu lado neste momento”. Crendo
nisso e sentindo isso não haverá introspecção, mas continuará vivendo na
superficialidade da vida espiritual que contempla uma família, quando não
existe este elemento no Universo.
Pergunta: A
adoração é resultado de um sentimento inato ou fruto de um ensinamento?
A adoração a Deus é um sentimento inato. A adoração a um
mestre ou a um anjo é um sentimento criado, um fruto de um ensinamento.
Pergunta:
Então, ousar é amar na forma que Jesus amou?
Amar tem que ser incondicionalmente. É dar a outra face, é
não atirar a primeira pedra. Amar é andar em cima das águas, é não se submeter
ao jugo de um príncipe respondendo-o: o senhor está dizendo.
Para amar incondicionalmente é preciso ousar com o preço
da própria vida, se preciso for.
Pergunta:
Quando o senhor fala de romper os laços familiares fala dos carnais, pois da
parentela espiritual não seria bom separarmo-nos, não é?
A parentela espiritual não é formada por filhos, mãe, pai,
tia, esposa ou avó: só existem irmãos filhos do mesmo Pai. É por isso que você
precisa acabar com a família carnal: ela é moldada por papéis que não
representam a realidade da parentela espiritual.
Pergunta: Eu
diria, então, que precisamos acabar com os títulos (pai e mãe) que damos a
outros espíritos e vê-los como irmãos?
Não só os títulos, mas a posse, o sentimento privilegiado,
a discriminação que se tem pelos parentes. É preciso acabar com tudo isso para
se viver na família universal.
Pergunta: Mas,
podemos muito bem sentir o sagrado nos seres que estão ao nosso redor sem
alterar o seu valor para nós. Isso nos une a Deus. Vendo a centelha divina Dele
em tudo podemos conviver com tudo em harmonia. Não concordo com o rompimento
dos relacionamentos de forma física, mas sim em nosso interior.
Desculpa, mas, então, precisamos ensinar aquilo no que
você acredita a Cristo, pois ele ensinou que devia se romper estes laços (“enquanto
você não abandonar seu pai e sua mãe e pegar sua cruz e me seguir, não servirá
para ser meu seguidor”). Ele rompeu com a mãe. “Senhor,
sua mãe quer falar contigo. Minha mãe quer falar, ela que espere: eu estou
falando com os filhos de Deus, meus irmãos”.
Ele fez o que ensinou: rompeu os laços familiares e todos
os sentimentos inerentes a eles. Portanto, a sua discordância não deveria ser
comigo, mas com ele.
Pergunta:
Jesus andava sempre em grupos, tinha discípulos com os quais tomava refeições.
Como interpretar isso?
Companheirismo, trabalho espiritual, mas nada parecido com
a adoração familiar que vocês vivem.
Pergunta:
Acabar com o papel não significa afastar fisicamente a pessoa. E a Santa Ceia,
não foi uma comemoração física com amigos físicos?
O fim do papel não gera, necessariamente, o afastamento
físico. Apenas extingue a escravidão e a posse que gera a obrigatoriedade da
presença física.
Quanto a Santa Ceia, esta parábola bíblica tem um
significado muito diferente do que vocês pensam: uma comemoração. Santa Ceia
não foi comemoração de nada, mas um trabalho espiritual, uma reunião
espiritual. Além disso, não estavam presentes nela apenas os apóstolos diretos,
como vocês crêem. Cristo seria muito egoísta se colocasse só os doze apóstolos
para dentro e deixasse os demais que lhe seguiam para fora.
Pergunta: A
Santa Ceia foi uma alegoria, ou será que só naquela data Jesus se sentou junto
com seus discípulos?
Ele se sentava toda noite. Leia o livro “Jesus no Lar” que
você verá os encontros noturnos de Cristo com seus apóstolos que não estão na
Bíblia.
Portanto, quem aproveita esta época para comemorar a
intuição divina buscando a introspecção para o auto conhecimento espiritual,
banha-se mais facilmente no bem celeste, o que auxilia no processo de reforma
íntima objetivando a elevação espiritual. Para não ficarmos sujeitos às
multifacetadas interpretações que o termo portal espiritual possui na Terra,
vamos explicá-lo.
O planeta Terra e todos os planetas possuem ao redor de si
uma aura, assim como qualquer corpo físico. Podemos dizer que a aura planetária
é composta pela soma dos sentimentos que cada espírito sente e projeta no
universo. Cada vez que um espírito, por exemplo, sente raiva projeta este
sentimento e ele se agrega à aura planetária. Apenas para compreensão,
poderíamos comparar a aura planetária à camada atmosférica que é conhecida
materialmente. A fusão de todos os sentimentos gera uma aura planetária, assim
como a fusão dos gazes formam uma atmosfera para o planeta físico.
No planeta Terra esta aura é formada por sentimentos
individualistas, já que a maioria dos seres humanizados vive neste padrão
vibratório. Alegoricamente este padrão vibratório é considerado negro ou
escuro, sem luz. A aura que envolve o planeta Terra, portanto, pode ser
descrita como escura. Por isso alguns espíritos descrevem a Terra como uma bola
negra com pontos brilhantes. Eles não falam de continentes ou do mar: falam de
energias, sentimentos emanados pelos espíritos e que são lançados na atmosfera
espiritual.
Para sua sobrevivência a humanidade está preocupada com o
buraco na camada de ozônio. Isso ocorre porque nunca viu o planeta a partir do
ângulo espiritual, ou seja, o resultado da vida sentimental que a humanidade
leva (o individualismo) que pode sufocar e exterminar com a vida. Este
negrume, esta escuridão, esta lama é fruto do individualismo humano: eu gosto,
eu sei, eu quero, tem que ser do meu jeito, você está errado.
Quando falamos na ação divina de abrir um portal, estamos
alegoricamente descrevendo uma ação que faz com que surja um pequeno espaço
nesta aura que cerca o planeta. Além disto, neste momento Deus conclama a todos
os irmãos universais a emanarem o amor universal dirigindo-o a este portal.
Quando o espírito ligado ao orbe terrestre entra no
processo de introspecção e busca de Deus (comemora o natal) é levado para fora
deste orbe por este portal, podendo, então, banhar-se no fruto da emanação dos
irmãos universais.
Esta é a comemoração do natal intuída por Deus para o
planeta. Trata-se de uma época de meditação profunda sobre a vida, sobre os
valores humanos, sobre o seu eu interior, o espiritual. Isto é necessário para
que você, cônscio dessa sua realidade espiritual, consciente do seu papel no
Universo, possa através desse portal se ligar com a espiritualidade superior e
ver em si renovada, renascida, a intenção de por em prática a ação do verbo
amar.
Agora podemos entender a linha de raciocínio desenvolvida
neste trabalho, ou seja, porque foi necessária a explicação sobre a Realidade
de Cristo. Antes de festejar o natal o ser humanizado precisa destruir a figura
mitológica de Jesus Cristo e a idolatria a outro espírito que não Deus.
Este portal não está aberto a todos, mas apenas àqueles
que carmaticamente merecerem banhar-se no bem espiritual. Para isto é preciso
amar a Deus acima de todas as coisas. Aqueles que preferirem continuar amando a
si acima de todas as coisas buscando o prazer individual não terão o
merecimento desta ajuda extra de Deus.
Por isto a necessidade da interiorização, da reflexão
sobre o eu sou é fundamental para a elevação espiritual. Aqueles que se ligam
na espiritualidade superior desligando-se da realidade material merecem
carmaticamente receber melhores ou maiores oportunidades de conseguir colocar a
sua existência como a ação do verbo amar. Por
isto continuamos afirmando que o natal é a comemoração do Cristo renascendo.
Não o Cristo homem, mas o renascimento da oportunidade de cada um ser o Cristo,
de transformar a vida numa ação amorosa.
Natal, portanto, não é árvore, presente, peru, Jingle
Bell, Papai Noel, presépio, luzes piscando, mas uma época de interiorização
muito profunda para que cada um carmaticamente consiga receber o apoio para o
renascimento da sua vida Cristo, do amor em ação. Natal com festa, Jingle Bell
e peru é humano: não é espiritual e nem celeste. Dar presentes nesta data é uma
atitude humanizada, pois é a época de se receber. Amigo secreto, então, é mais
individual ainda, pois Cristo disse que devemos a amar a todos, mas escolhemos
apenas um para dar presente em nome de poupar dinheiro para si.
Sei que muitos se chocaram com esta conversa de hoje, mas
posso garantir que não falamos nada de novo hoje. Aquilo que conversamos hoje
aqui não tem nada de novo, pelo menos no tocante àquilo que estamos falando há
muito tempo. Apenas os ensinamentos anteriores foram colocados em prática no
tema natal e Jesus Cristo.
Sei que antes você já havia compreendido a nova visão
(verdade) que eu passava para os acontecimentos do mundo. Apesar disso, sempre
separou temas onde não aplicava os ensinamentos, ou seja, que imaginava que não
deveriam ser alterados. Jesus Cristo e o natal são alguns destes temas. Pela idolatria
a este mestre e pela busca da vivência do prazer desta época, você não
imaginava que os ensinamentos destruidores de verdades poderiam alcançar as
suas convicções. Engano: tudo no que você acredita, sem exceções, é maya,
ilusão, interpretação humana para o espiritual.
Pergunta: Para
mim temos que integrar nossa luz e nossas sombras, sem destruir nada. Tudo faz
parte de nós e devemos nos entregar a todas as nossas partes. Para mim não
temos que sutilizar nossa energia negativa, mas apenas temos que deixar de
vê-la como negativa.
Na hora que você acende uma luz o que acontece? A sombra
acaba. Não há como se acender uma luz sobre determinado ponto e manter-se ali
também a sombra. Então veja, se você integrar a sombra à luz você acaba com a
sombra. Em essência é isso que estamos fazendo: acabando com as sombras
acendendo luzes.
Hoje estamos acabando com um natal que, como foi
conversado anteriormente, é originado em uma festa pagã. Apesar de Cristo
combater o paganismo a humanidade comemora o seu nascimento de forma
inconseqüente através de uma festa pagã, onde a bebida, a comida e o ganhar
individual são os objetivos finais. Mas, isto já era de se esperar, pois para a
humanidade o que importa é o prazer. Desde que ela se divirta, tudo está certo,
tudo está bom. Agora, se o natal humano fosse uma época triste todos estariam
repensando o natal.
Como já tinha dito antes, o natal que a humanidade vive é
uma criação com a finalidade de obter prazer. Por causa desta característica
mesmo aqueles que se dizem buscadores de Deus, mas que para isso não querem
abrir mão do seu individualismo, se entregam a esta festa de corpo e alma e não
querem nem discutir este tema. Daí o sentimento que esta palestra está gerando
em cada um.
Não querer mudar-se abrindo
mão das verdades que levarão o ser humanizado a alcançar o prazer é o problema
que a humanidade atual está passando. Quando eu começo a falar de uma maneira
espiritualista (fugindo do materialismo) toco nas feridas que cada ser
humanizado não quer discutir porque não quer perder o prazer. Para o ser
humanizado a preocupação é não perder a festa, a sensação de prazer oriunda da
realização de um desejo. Por isso, quando entra em contato com um ensinamento
cuja base é o espiritualismo e o universalismo fica preocupado em como será a
vida quando a ação do verbo amar seja a única forma de reagir a tudo.
“Não haverá mais festa para eu ir? Não haverá mais
brincadeiras, piadinhas, risadinha falsa”? A propósito, Salomão
ensina que o riso é falta de siso espiritual. A vida que estamos descrevendo ao
longo da transmissão de nossos ensinamentos é um novo mundo, uma nova forma de
viver. Não se trata de um mundo engraçadinho, formado por borboletinhas ou
corações transbordantes, mas feliz de verdade.
O grande prêmio que alguém pode conseguir aproveitando o
natal, ou seja, buscando a introspecção para transpor o portal é conhecer a
felicidade real que não conhece. Trata-se de uma oportunidade única para o
espírito encarnado encontrar a felicidade que Francisco de Assis vivia mesmo vestindo
molambos e com fome. É experimentar a felicidade que Chico Xavier conheceu no
final da vida apesar de paralisado por uma doença.
É sobre isso que estamos falando: uma oportunidade rara
que é trocada porque não se quer decepcionar a família, porque foi criado
assim, porque os outros esperam esta postura de você. Mas tudo isso é
simplesmente ilusão: no dia vinte e seis de dezembro as pessoas voltaram a
pensar o que sempre pensaram de você.
Pergunta: A
celebração do natal não é uma festa só para se divertir. As pessoas que se
encontram longe uma das outras aproveitam para se verem e trocarem afetos
pessoalmente. Há sempre lugar para refletir, para orar e para meditar tal como
nos outros dias.
O primeiro problema do ponto de vista espiritual sobre a
sua colocação é achar que no natal também há lugar para orar e meditar. O natal
é somente para isto e para mais nada. Quando você se distrai com alguma coisa a
mais do que a introspecção não a realiza e perde grandes oportunidades de
realizar o objetivo da sua vida.
O segundo está na sua afirmação de que as pessoas que
moram longe precisam desta oportunidade para se rever. Por quê? Porque você
acha que os seres humanos precisam locomover-se para encontrarem-se. No
entanto, somos todos espíritos e podemos viajar com o pensamento. Não
precisamos esperar a carne vir ao nosso encontro para podermos rever os amigos.
É justamente porque não aproveitamos o natal, a
interiorização, que são necessárias reuniões familiares físicas. Elas criam o
maya do reencontro, quando podemos estar nos reencontrando conscientemente a
qualquer momento na projeção astral, desde que alcancemos a consciência
espiritual.
Pergunta: Mas
esta introspecção não pode ser feita todos os dias?
Podemos e devemos realizá-la diuturnamente, mas esta é uma
época onde existe a abertura e a congregação de amor universal emanado
diretamente para o orbe terrestre. .
Veja, o espírito encarnado no estágio que vocês se
encontram estão muito presos às ilusões. Olham para as pessoas e vêem a carne
imaginando que é a pessoa, ao invés de verem o espírito que anima aquele corpo.
Então, nós podemos e devemos fazer isto todo dia, mas a dificuldade é maior
porque por mais que busquemos a elevação ficamos presos por esta camada negra
que encobre o planeta e nos deixa atrelados à ilusão.
Aqueles que nesta época, não um dia específico, mas nesta
época se voltam para o eu espiritual interior aproveitam a facilidade deste
portal. É isto que estamos querendo explicar.
Pergunta: A
dificuldade em praticar o que você ensina com relação a estar com os outros é
porque este estar é uma condição anímica e depois difícil de ser
lembrada. Se a pessoa não possui esta condição não se lembra e continua com
saudades.
Estamos andando em círculos. O espírito não tem a condição
de lembrar justamente porque vive preso na materialidade, porque quer viver
esta vida dentro das características materiais. Ter ou não a lembrança não é
uma condição irrevogável. Você não tem no momento porque acha que é o corpo,
mas na hora que conseguir na meditação, na harmonização interna a elevação
suficiente se auto reconhecerá como espírito. Aí poderá se encontrar com todos
e terá consciência do que aconteceu, do que falou e ouviu, mesmo que o outro
não tenha esta consciência. O outro vai conversar com você na inconsciência
dele, mas você terá a plena consciência do que foi falado. Portanto, o que é
preferível: se trocar alguns natais para poder se estar conscientemente com
alguém fora da carne, ou não tentar e ter que estar sempre se locomovendo?
Esta questão da condição de se ter consciência do que se
vive fora da carne acho que já é por demais comprovada aos seres humanos. Ou
vocês não tem conhecimento de médiuns de desdobramento, que vão à casa de
outros e descrevem como está o ambiente naquele momento? Este médium possui a
capacidade mediúnica aberta para trabalho espiritual, mas todos também podem
possuí-la se gerarem o merecimento para tanto. Aliás, no Evangelho de Tomé
Cristo ensina: é preciso que você se reconheça como filho de Deus para ser
reconhecido como tal.
Pergunta: Este
é um trabalho para mais de uma encarnação. Sendo vitorioso numa encarnação o
espírito será o vitorioso das lutas pretéritas.
Isso, agora você falou muito bem: isso é trabalho para
mais de uma encarnação. Vou só lhe dizer uma coisa: não existe espírito na
Terra com menos de milhares de encarnações. Você já viveu centenas ou milhares
de oportunidades para viver uma encarnação Cristo. Quantas mais vai querer ou
vai esperar?
A não realização que está vinculada ao pensamento de que
existem ainda outras encarnações para realizar determinadas reformas é uma
desculpa. Um dia você terá que fazer, pois encarnar simplesmente não resolve.
Por que não aproveitar esta chance de agora? Porque imaginar que pode se
encostar algumas mudanças para serem realizadas em outras vidas?
É sim, é trabalho para milhares de encarnações, mas vocês
já viveram todas elas. Está na hora de acordar.
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