EM TEMPOS DE INCERTEZA
Tempo atual...de
transição...de incerteza...de turbulência...de desmoronamento do
velho e ainda não compreensão do novo....de redefinição de identidades e das
formas de compreender a realidade....material, imaterial, ciência, arte,
cultura....tempo de conscientização da turbulência como agente contundente da
transformação presente nas mudanças de pressão....
Turbulência...
Nome
dado à movimentação do ar em grandes altitudes e que faz com que o avião
balance. Basicamente, a turbulência acontece
quando existe uma mudança brusca na temperatura, na velocidade ou na
pressão do ar. Mudanças na pressão acontecem o tempo todo, mas quando são
previsíveis, o piloto pode fazer ajustes na aeronave para se adaptar a elas -
como mudar a potência das turbinas ou a posição dos flaps. Quando a mudança é
de uma hora para outra ou quando acontecem muitas variações seguidas, não há
como adaptar a aeronave e a pressão faz com que ela balance. Para entender
porque isso acontece, é preciso levar em consideração que o avião se mantém no
ar graças à força de sustentação, criada pela passagem de ar pelas asas do avião.
Quando acontece uma mudança na velocidade do ar, a sustentação também varia,
fazendo com que o avião fique instável.
A
causa mais comum de uma turbulência são as nuvens de chuva. Mas também podem
acontecer turbulências em áreas de céu limpo, quando acontecem as chamadas
tesouras de vento. Essas massas podem atingir o avião, mudando sua sustentação.
A passagem de aviões grandes também causa uma mudança na velocidade dos ventos,
criando a chamada esteira de turbulência, que afeta aviões que passem pela mesma
região logo na sequência. Isso normalmente acontece na hora dos pousos e
decolagens e, por isso, o controle de voo precisa ficar atento para evitar
acidentes.
Em
geral, as turbulências são previstas pelos radares, que conseguem detectar
mudanças na densidade do ar. Assim, o piloto sabe a intensidade da turbulência
que terá de enfrentar e decide se tenta escapar dela ou se segue em frente.
"Normalmente, o que o piloto faz em uma zona de turbulência é desengatar o
piloto automático e diminuir a velocidade, já que a turbulência é pior quanto
maior a velocidade da aeronave". Atualmente, o aquecimento global está
modificando também a temperatura na atmosfera e, consequentemente, criando mais
áreas de turbulência. A única regra a seguir é não enfrentar a
natureza.
Turbulência...
É requerido ..
entender a turbulência como um resultado de dramáticas mudanças na pressão
atmosférica...
É requerido... na
vida...desenhar e articular as forças em jogo...
Compreender
o ‘fazer atmosférico’ que acumula partículas para apontar como os
indivíduos tornam-se submersos dentro de condições atmosféricas mais
abrangentes...
Estado particular e
‘estado atmosférico’ ....conscientizar os pontos de tensão, onde novas
qualidades emergem da interação entre partículas e sistemas...
Modos particulares de
atravessar entre o ‘particular e o atmosférico’:
· Desenvolver relações entre meios de comunicação
materiais e imateriais para habitar uma posição limite entre estas duas.
· Meios imateriais usados para ativar espaços de
equilíbrio, desenhando atenção para estas zonas liminares
· A travessia final _ entre o objetivo de romper uma
clara e definida epistemologia para privilegiar uma aproximação que abrace a
incerteza, imprecisão e mudança.
Nuvem...
Nuvem...é quando a informação está
velada, obscura, nebulosa, difusa ou secreta.
... ou quando condensa, floresce em atmosferas de turbulência
caótica e vetores de pressão, em fluxos de maré e tempestades.
... ou uma
nova formação de dados como uma distribuição de armazenamento e meios de
recuperação global e aparentemente imaterial.
esta nuvem de dados existe em qualquer
lugar e ainda assim em lugar algum em particular.
Estas aproximações questionam a idéia
de um mundo definido e conhecido que está apto a ser capturado através de
técnicas representativas. No seu lugar, é sugerido um processo físico de
descobrir, requerendo imersão e ativa participação em fazer sentido das
condições atmosféricas.
Este engajamento corporal resulta no
‘borramento’ de um distinto senso de si mesmo, e desafia os participantes a
tomarem parte num processo de co-formação entre ambientes
circundantes e presença distribuída ‘universalmente...’
Filosofia Ciência..o que dizem...
O método determinista próprio da ciência moderna, foi justificado pela necessidade para estudo e entendimento, da definição didática de
um mundo ordenado e regulado, afastando a desordem, a incerteza e o erro que
também estão presentes nos fenômenos’. O conhecimento científico clássico – usando do
‘rigor matemático’, desintegrou a realidade e, para poder quantificá-la,
separou-a em disciplinas. Ao negar a multiplicidade dos fenômenos, anulando sua
diversidade fez do paradigma científico moderno um
paradigma que põe ordem no universo, reduzindo-se a uma lei, a um
princípio. A simplicidade quer o uno e o múltiplo, mas não vê que o
Uno pode ser ao mesmo tempo… – 'Múltiplo'...
Morin* afirma que a "compartimentalização
da realidade provocou a cegueira em relação ao todo...o pensamento muda com
novas experiências, e estas estão – sempre – atualizando o conjunto das teorias”. Sua ousada epistemologia afirma que
"conhecer não consiste necessariamente, em construir sistemas sobre ”bases
pré-determinadas”, mas trata-se, sobretudo de dialogar com a incerteza… "
As idéias-obstáculo a este novo paradigma da
incerteza e da complexidade são os ‘dogmas ideológicos‘ que ainda
sustentam e legitimam o atual discurso científico.
Para Morin a nova
conduta, adequada à nova realidade que os tempos atuais requerem, é, não mais
negar o que não pode ser classificado, simplificado – mas, adentrar a
compreender os mecanismos da incerteza na 'realidade complexa' do
Universo. Evoluir é elevar todas as ciências a um novo patamar de
consciência integrativa e unificada.
Material
e imaterial...interno e externo...nuvens, turbulências, caos...incertezas...são
as máximas do Universo....
É
preciso começar a aprender a navegar cada vez com mais consciência e
consistência nestas águas...
*Edgar
Morin, é sociólogo e filósofo francês de
origem judaico-espanhola (sefardita). É considerado um dos principais
pensadores sobre a complexidade.
Autor de dezenas de livros entre eles: ‘O método’ (6 volumes); ‘Introdução ao pensamento complexo’; ‘Ciência com consciência’; e ‘Os 7 saberes necessários para a educação do futuro’.
Nenhum comentário:
Postar um comentário