Uma performance é um disparador de performances
mini performances
'Olhar que vê' (tempo de estar presente)
'Re ssonar' (experimento de voz projetada)
mais o que vier...
mais o que vier...
proximo sábado dia 20.05.17 às 10hs
participação livre .
(...)Outra
questão que a performance energiza no âmbito dos processos de criação teatral
diz respeito aos modos de ensaiar: como ensaiamos? porque ensaiamos? porque
ensaiamos como ensaiamos? Considerando-se que dramaturgia de ensaio e
dramaturgia do espetáculo são dois lados da mesma moeda, me pergunto: que modo
de ensaiar será preciso para gerar tais ou quais qualidades de relação (entre
os atuantes, entre atuantes e os demais presentes, entre os demais presentes);
e que modos de ensaiar serão adequados para gerar tais ou quais qualidades de
presença (dos atuantes e dos demais presentes)? Seria “o ensaio” a preparação
de algo por vir ou o trabalho em si num de seus muitos momentos e modos de
aparição? Porque ensaiar na coxia? Seria fértil combinar procedimentos abertos
e fechados, públicos e privados? Depende. Depende das necessidades e dos
interesses. Talvez esta peça precise ser ensaiada na praia e não numa sala de
ensaio; talvez precise ser ensaiada na rua, o mais longe possível de tetos e
paredes; talvez aquela outra deva ser montada a partir, exclusivamente, de
ensaios de mesa; e esta aqui de ensaios à maneira do “Teatro de Arte de
Moscou”, ipsis litteris; talvez esta cena não deva ser ensaiada, apenas combinada
e realizada. Depende. Depende das dramaturgias de ensaio que se invente para
ativar as dramaturgias de cena que se almeja. Depende. Depende das dramaturgias
de ensaio que se inerve para que o corpo necessário possa se desenvolver. Tudo
depende. O que a prática da performance sugere é: suspender a prioris
composicionais, ontológicos, institucionais, mercadológicos; inventar, a cada
vez, o programa de ação mais condizente com as questões em pauta.
(...)
Mas então,
como preparar-se para performar? Ouso uma resposta: vivendo a vida. É a vida
vivida até aquele momento que possibilita a concepção de cada programa e sua
realização. Escreveu a poetisa Wislawa Zymborska: “Cada começo é só
continuação, e o livro dos eventos está sempre aberto no meio”.
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