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domingo, 23 de abril de 2017

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PIERRE LEVY . A CONEXÃO PLANETÁRIA

.(Tunísia, 1956) Filósofo francês. Considerado um dos maiores especialistas mundiais em internet e culturas tecnológicas digitais.

Toda a sua obra visa chamar a atenção para a potência e o compartilhamento do espírito humano em sua mais alta esfera: a inteligência, a emancipação, a liberdade. Ele destaca, sem tréguas, as capacidades do humano associadas ao desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação. Elas devem ser formas de expansão da inteligência, do imaginário e da consciência. Esse me parece ser o tom mais profundo da sua obra. 

            Em seu livro, "A  Conexão Planetária - o mercado, o ciberespaço, a consciência”propõe um Manifesto dos Planetários, no qual define  o  longo  período  de existência do Homem na terra, como sendo um processo que se deu a partir da  dispersão,  da  ruptura  com  o nomadismo,     do   adensamento populacional, da ocupação de todo o globo e do momento atual que seria a conexão  de  todos  os  seres  humanos, de  suas  subjetividades,  tendo  como lócus desse encontro o ciberespaço.
Partindo  desta  premissa  de  uma nova  realidade  de  conexão  dos  seres humanos, ele propõe que aqueles que vivem   e   reconhecem   este   novo momento  se   juntem  e  repensem elementos  essenciais  da  realidade anterior:   nação   e   nacionalidade; religião;   concepções   políticas   e ideológicas; mercado e comunicação. Ainda  no  manifesto,  ele  afirma que  caminhamos  rapidamente  para  a proclamação     da     Confederação Planetária.

Lévy fala da revolução noológica, trazendo a noção do abstrato, do imaterial, no foco da revolução vivida hoje. O autor proclama a reconexão da humanidade e a multiplicação dos planetários, ou seja, aqueles que vivem o mundo. A principal característica destes é a sua mobilidade, que é diferente do nomadismo. Lévy destaca que nunca a humanidade viajou tanto, migrou tanto, miscigenou-se em tamanha magnitude e esteve tão próxima de tudo. 

No terceiro capítulo o autor “sobe à noosfera” e disserta sobre os pontos que levantam maior polêmica entre seus críticos, como a cultura universal, a cibercultura e, em especial, uma noção que é central neste livro: a consciência universal. Lévy chega ao quarto capítulo levantando esta possibilidade, apoiado em seu raciocínio de que o retraimento espaço-temporal promovido pelos meios de comunicação e transporte, no processo de reconexão planetária e na aproximação da humanidade num planeta “cada vez menor”, converge no processo de confluência das formas de inteligência e conhecimento, formando a inteligência coletiva e o ciberespaço. Nestes, a consciência tende a reunir-se em si mesma, expandindo-se e tomando conhecimento de espaços cada vez mais vastos. Os planetários têm uma pátria, a Terra, e compartilham uma inteligência coletiva e um grande banco de dados mundial, o ciberespaço, guiados por uma consciência universal, que é possibilitada exatamente pela conexão planetária. 

Aponta o papel decisivo da Internet como o espaço por excelência para a intensificação   desta   troca,   desta unificação  da  esfera  subjetiva  da humanidade.Afirma  que  o  computador  deve figurar    entre    outros    “objetos antropológicos” como o fogo, a arte e a  escrita,  pois  todos,  ao  seu  tempo, aceleraram     o     processo     de hominização.



* O ciberespaço realiza a imagem conceitual de “noosfera”, 
que animou a imaginação criativa e vigilante de pensadores 
como Chardin, Bachelard e McLuhan.

A informação primária vem da mente.

A noosfera é o mundo das idéias.

A noosfera é essa camada de saberes e de conhecimentos
 que cobre toda a Terra e suas redes, e sobrepõe-se à sociosfera.

Devemos entender que essas idéias não são apenas conteúdos etéreos;
 para viver, propagar-se e proliferar, deve ser exprimido,
 codificadas por uma linguagem e fixadas por um suporte.

A tríade básica sobre a qual repousa toda noética
 está relacionada ao conteúdo, suporte e linguagem.

A definição acadêmica da noética 
abarca o conjunto das ciências e das técnicas que tratam
do conhecimento, da inteligência e de modo geral, do espírito.


Na era das imersões digitais, convém reconhecer
 o poder da experiência ético-estética.
 Ou seja, os ambientes tecno-informacionais nos envolvem,
 nos testam, nos atingem a mente e o corpo,
 por meio de imagens-sensações, 
estímulos afetivos e ondas tecno-sensoriais,
 são geradores, de experiências estéticas.
 Essas instâncias são atravessadas por valores, interesses e expectativas
 que moldam o nosso “habitus”, os nossos estilos de conduta;
 aí reside a potência ético-estética da cibercultura.








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