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PIERRE LEVY . A CONEXÃO PLANETÁRIA
.(Tunísia, 1956) Filósofo francês. Considerado um dos maiores especialistas mundiais em internet e culturas tecnológicas digitais.
PIERRE LEVY . A CONEXÃO PLANETÁRIA
.(Tunísia, 1956) Filósofo francês. Considerado um dos maiores especialistas mundiais em internet e culturas tecnológicas digitais.
Toda a sua obra visa chamar a
atenção para a potência e o compartilhamento do espírito humano em sua mais
alta esfera: a inteligência, a emancipação, a liberdade. Ele destaca, sem
tréguas, as capacidades do humano associadas ao desenvolvimento das tecnologias
de comunicação e informação. Elas devem ser formas de expansão da inteligência,
do imaginário e da consciência. Esse me parece ser o tom mais profundo da sua
obra.
Em seu livro, "A Conexão Planetária - o mercado, o ciberespaço, a consciência”propõe um Manifesto dos Planetários, no qual define o longo período de existência do Homem na terra, como sendo um processo que se deu a partir da dispersão, da ruptura com o nomadismo, do adensamento populacional, da ocupação de todo o globo e do momento atual que seria a conexão de todos os seres humanos, de suas subjetividades, tendo como lócus desse encontro o ciberespaço.
Partindo desta premissa de uma nova realidade de conexão dos seres humanos, ele propõe que aqueles que vivem e reconhecem este novo momento se juntem e repensem elementos essenciais da realidade anterior: nação e nacionalidade; religião; concepções políticas e ideológicas; mercado e comunicação. Ainda no manifesto, ele afirma que caminhamos rapidamente para a proclamação da Confederação Planetária.
Lévy fala da revolução noológica, trazendo a
noção do abstrato, do imaterial, no foco da revolução vivida hoje. O autor proclama a reconexão
da humanidade e a multiplicação dos planetários, ou seja, aqueles que vivem o
mundo. A principal característica destes é a sua mobilidade, que é diferente do nomadismo.
Lévy destaca que nunca a humanidade viajou tanto, migrou tanto, miscigenou-se em
tamanha magnitude e esteve tão próxima de tudo.
No terceiro capítulo o autor “sobe à noosfera” e disserta sobre os pontos que
levantam maior polêmica entre seus críticos, como a cultura universal, a cibercultura e, em
especial, uma noção que é central neste livro: a consciência universal. Lévy chega ao quarto
capítulo levantando esta possibilidade, apoiado em seu raciocínio de que o retraimento
espaço-temporal promovido pelos meios de comunicação e transporte, no processo de reconexão
planetária e na aproximação da humanidade num planeta “cada vez menor”,
converge no processo de confluência das formas de inteligência e conhecimento, formando
a inteligência coletiva e o ciberespaço. Nestes, a consciência tende a reunir-se em si
mesma, expandindo-se e tomando conhecimento de espaços cada vez mais vastos. Os
planetários têm uma pátria, a Terra, e compartilham uma inteligência coletiva e um grande
banco de dados mundial, o ciberespaço, guiados por uma consciência universal, que é
possibilitada exatamente pela conexão planetária.
Aponta o papel
decisivo da Internet como o espaço por excelência para a intensificação desta
troca, desta unificação da
esfera subjetiva da humanidade.Afirma que
o computador deve figurar entre
outros “objetos antropológicos”
como o fogo, a arte e a escrita, pois
todos, ao seu
tempo, aceleraram o processo de hominização.
* O ciberespaço realiza a
imagem conceitual de “noosfera”,
que animou a imaginação criativa e vigilante
de pensadores
como Chardin, Bachelard e McLuhan.
A informação primária vem da mente.
A noosfera é o mundo das idéias.
A noosfera é essa camada de saberes e de conhecimentos
que cobre toda a Terra e
suas redes, e sobrepõe-se à sociosfera.
Devemos entender que essas idéias não são apenas conteúdos etéreos;
para viver,
propagar-se e proliferar, deve ser exprimido,
codificadas por uma linguagem e
fixadas por um suporte.
A tríade básica sobre a qual repousa toda noética
está relacionada ao conteúdo,
suporte e linguagem.
A definição acadêmica da noética
abarca o conjunto das ciências e das técnicas
que tratam
do conhecimento, da inteligência e de modo geral, do espírito.
Na era das imersões digitais, convém reconhecer
o poder da
experiência ético-estética.
Ou seja, os ambientes tecno-informacionais nos
envolvem,
nos testam, nos atingem a mente e o corpo,
por meio de
imagens-sensações,
estímulos afetivos e ondas tecno-sensoriais,
são geradores,
de experiências estéticas.
Essas instâncias são atravessadas por valores,
interesses e expectativas
que moldam o nosso “habitus”, os nossos
estilos de conduta;
aí reside a potência ético-estética da cibercultura.
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