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domingo, 21 de junho de 2015

VOLTANDO OS HOLOFOTES PARA DENTRO

A maior imperfeição do ser humano é sofrer. Quando fica preso ao sofrimento, o ser se distancia do que de melhor possui: sua capacidade de acessar o mundo de perfeição, de plenitude que há em si mesmo... E que só pode ser acessado quando o ser o permite e se mantém em estado de clareza, de harmonia, de paz e serenidade...

Esta é a chave!

Este é o caminho...este é o trabalho!

E como trilhá-lo? Como avançar para se integrar a este mundo de perfeição?
A vida é o que acontece lá fora, em frente aos nossos cinco sentidos e que é valorizado pela nossa própria mente.

O sofrimento é quando o que acontece lá fora e o valor que a mente dá para o que está acontecendo, não estão de acordo com o que gostaríamos que estivesse acontecendo.

Entendendo sofrimento como tudo aquilo que não é felicidade. Por mais banal que possa parecer, uma pequena contrariedade é um sofrimento, porque ela vai se acumulando e registrando uma marca no ser que o leva a um sofrimento mais forte; até ao nível de uma dor moral, desde quando alguém rispidamente fala que você não entendeu o que a pessoa disse, até ao fato de ser humilhado, desmoralizado, por exemplo.

Mas se não é possível evitar o sofrimento, é possível não se deixar aprisionar nele... não se cristalizar nele... não se auto-aprisionar na 'casinha' do sofrimento.

E por que muitas vezes isto é tão difícil?

Primeiro, porque todo ser tem um 'saber' que lhe diz que tal coisa é certa, é o melhor para estar acontecendo, é o indicado...Por isso ele quer que as coisas aconteçam lá fora, de acordo com este 'saber'...E se lá fora, na vida, as coisas não acontecem desta forma considerada certa, pronto! surge a contrariedade e o sofrimento.

Por que?

Porque o ser humano não aguenta ‘estar no que está’...viver o que está, com as condições que se apresentam para ser vivido...sem  julgar, sem avaliar,  sem ‘achar que’...ele sempre quer que as coisas sejam do jeito que ele ‘sabe’ que é o certo, é o correto, é o melhor...

É o grande condicionamento...da família, da religião, da sociedade...que criou uma carta de valores para que todos se enquadrem nela... e quando a vida apresenta algo diferente o ser sofre! por ex: todos devem ser belos, limpos, inteligentes, ricos, sábios, seguros...marido que age desta forma...esposa que age de outra...filhos educados que agem de acordo com o padrão...saúde perfeita, sem doenças, sem dores... corpo perfeito, e bonito de acordo com o padrão...emoções perfeitas...família ‘margarina’.. casal, filhos...tudo no padrão...trabalho...relações...tudo perfeito...bens, casa própria, carro, viagens...amigos...prazeres...tudo sempre comparado com o do outro...

E se não for assim?

Como de fato raramente o é...

O ser não aguenta viver a vida que tem pra viver...então quer mudar, quer ‘pular fora’, quer se mandar...quer se separar...quer se juntar...quer inventar...quer outra coisa diferente...tudo para não mergulhar com consciência no que está!

Mas, ao contrário, parece que a saída pode estar, em efetivamente ‘mergulhar no que está’...mergulhar naquilo de onde se quer fugir...contar com os recursos que se tem no momento...e ver, deste lugar o que se pode fazer...o que se pode irradiar....o que se pode aprender...o que se pode fazer para harmonizar-se a partir deste lugar onde se está e dos recursos que se tem neste agora!! Se for de sair do  lugar, a vida se encarrega de tirar...se for de permanecer, a vida se encarrega de deixar...mas em qualquer das hipótese, é preciso permanecer nela...buscando encontrar a harmonia que esta situação pode lhe ofertar!

Perceber o ‘gênero’ de prova pelo qual está passando é o grande desafio para o ser humano...porque à medida em que vai se percebendo, vai podendo realizar a prova...e só assim fica apto a se libertar dela...e passar para a próxima...

Sair do que está? é só depois de passar na prova...

Senão volta a fazer a mesma prova...

Até conseguir se libertar....

Então, não adianta tempestivamente querer fugir do que está...Mas compreender que o que está, é o grande presente...viver o que está em consciência...procurando estar harmonizado com o que está... contando com os recursos internos que possui deste lugar em que está...e movimentando os próprios recursos  com consciência (aquilo que a vida deixou disponível no momento)...isto é o que efetivamente poderá libertar o ser humano deste lugar... na medida em que viva em paz e concórdia com o que está!

Isto cada vez mais poderá aproximar o ser de sua essência...do seu íntimo...integrá-lo ao mundo de perfeição!


E prepará-lo com mais mestria para os continuados próximos desafios...

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